segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Arte do tempo e da memória

Marcelle Louise
A sociedade contemporânea vive um momento de “crise” do tempo, muito marcado pela supressão espaço-tempo e supervalorização do presente. Essas relações, segundo Kátia Canton em seu livro Tempo e Memória, influenciam a produção artística, que se volta para a evocação da memória.
Nesse sentido, alguns artistas propuseram obras sobre a memória de tempos internos, focada nas pequenas coisas. Um exemplo disso é o vídeo Between – inventário de pequenas mortes, em que o artista mineiro Cao Guimarães retrata detalhes insignificantes do cotidiano.
O artista paraibano José Rufino também trabalha a memória, mas a partir da própria história de sua própria família, utilizando móveis antigos para compor suas obras. Em uma série, ele retrata as sensações que estão nas lembranças dele da infância: “respirar”, “gritar”, “lacrimejar” e “suar”.

José Rufino. Respiratio, 1995. 

Outra série do artista chamada Cartas de Areia é construída com cartas endereçadas ao avô, o verdadeiro José Rufino (o nome do artista também evoca a memória da família). A obra retrata registros de histórias de amor, solidão, sentimentos universais e que estão presentes na memória não só da família dele. Isto faz com que as pessoas interajam com ela de alguma forma e sintam-se parte dela. 

José Rufino. Cartas de Areia, 1991. 


Em 2003, José Rufino foi diretor de arte do filme curta-metragem Transubstancial , uma homenagem ao poeta também paraibano Augusto dos Anjos. No filme, Rufino compõe uma poética de imagens com a criação de vastos territórios da memória transitando entre a invenção e a reconstrução.

Preocupada com questão do tempo, da falta de tempo, a artista Sandra Cinto criou instalações com esculturas que servem como bancos, com o propósito de fazer com que as pessoas se sentem e tentem compreender o trabalho. Ela utiliza objetos íntimos do nosso dia a dia como a cama, a mesa, que, para ela, são símbolos da memória.



Sandra Cinto. Exposição “Imitação da Água”. 

Sandra Cinto acredita que o desafio do artista contemporâneo é fazer com que as pessoas parem para ver suas obras, se envolvam. Segundo ela, é preciso refletir sobre o passado para viver o presente e isso só pode ser feito com a preservação da memória.


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A arte e a palavra

Júlia Boaventura
Em seu livro Narrativas Enviesadas, a escritora Katia Canton desenvolve um tópico especial sobre o uso de imagens e palavras nas obras de artistas contemporâneos. Segundo ela, durante a década de 60 e 70, artistas conceituais como Joseph Kusuth começaram a dar destaque às palavras como plataforma artística. Dessa forma, Kusuth cria obras icônicas, que exploram e discutem acerca da natureza da arte, utilizando seu poder de auto-referência. Esse é o caso de fourcolorsfourwords (quatrocoresquatropalavras), criação que retrata as
 quatro palavras do título escritas em neon, cada uma apresentando uma cor diferente, em uma espécie de metalinguagem.
"Quatro Cores Quatro Palavras" Joseph Kusuth
Outro exemplo marcante do uso de palavras na arte contemporânea é o trabalho da norte-americana Barbara Kruger. A artista nasceu no ano de 1945, em New Jersey. Frequentava a Escola de Artes Visuais da Universidade de Syracuse e estudou Arte e Design na Escola de Design de Parson.
Durante o início da sua carreira, Barbara trabalhou durante onze anos como designer gráfica e diretora de arte na revista de moda Mademoiselle, período que posteriormente influenciou muito as criações da artista, que alcançaram um estrondoso e rápido sucesso.


A produção da norte-americana se concentra, sobretudo, em sobreposições de imagens em preto e branco – a maioria amplamente divulgada pela mídia de massa - e mensagens com letra semelhante às de embalagens de medicamentos, geralmente redigidas em vermelho. O resultado dessas montagens são anúncios ambíguos, que causam estranhamento, mas que provocam discussões acerca de questões importantes como consumismo, feminismo e identidade.


Apesar da constante crítica ao consumismo, presente em suas criações, muitas de suas montagens acabaram sendo veiculadas em shoppings centers, camisetas, outdoors. Além disso, o trabalho da artista também pode ser visto em museus e galerias. Atualmente, Kruger é professora, escritora, artista, curadora e designer, e está com 68 anos.


Por fim, um trabalho que ganhou destaque atualmente foi o 12 Months of Neon Love (12 Meses de Amor e Neon), produzido pelos artistas Victoria Lucas e Richard William Wheater. Nesse projeto, foram criados doze letreiros de neon vermelho que trazem trechos de canções consagradas que falam sobre o amor. A banda Joy Division, a cantora Annie Lennox e o cantor Bob Marley são alguns dos que emprestam suas palavras para os gigantescos letreiros, expostos sobre o telhado do estúdio dos artistas. Neste link, você confere mais sobre esse trabalho: http://www.ideafixa.com/neon-love/


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Heitor dos Prazeres, um homem do povo

Bruno Monteiro
     Nascido no Rio de Janeiro em 1898, apenas uma década depois do fim da escravatura, Heitor dos Prazeres viria a se tornar grande pintor e sambista, retratando com maestria a alegria e o sofrimento do povo brasileiro.
   Sua vida seguiu como a de qualquer menino do morro, ora trabalhava com o pai, aprendendo o ofício de marceneiro, ora estava vadiando nas regiões de malandragem do Rio. Seu primeiro contato com a arte foi através da música, aprendendo desde cedo a tocar cavaquinho e clarinete, entre sambas e marchinhas, que foram surgindo à medida que frequentava as rodas de samba, e o ambiente de boemia da cidade carioca.
   Nos anos 20, consolidado o seu envolvimento com o samba, tornou-se um dos fundadores da escola de samba ‘Estação Primeira de Mangueira’, e também da ‘Portela’, tendo inclusive composto músicas com grandes nomes, como Noel Rosa e Sinhô.
     Após a morte de sua esposa, com 39 anos de idade, Dos Prazeres passou a preencher o vazio através da pintura. Autodidata, começou pintando aquarelas sem técnicas especiais; depois passou para a pintura a óleo, aperfeiçoando seu próprio estilo até chegar às telas brilhantes e cheias de vida que se tornaram ícone da cultura popular carioca.


                                          Heitor dos Prazeres. Roda de samba

História da animação

O INÍCIO
Contar o início da animação é bem engraçado e peculiar. Pois acreditem ou não, essa nova onda, para a época, não era reduzida (como muitas pessoas acham nos dias de hoje) a apenas coisa de criança. Mas uma descoberta genial, criativa, feita para um público adulto.
Claro, hoje em dia, a animação se difere em variados temas e faixas etárias. Desde Bob Esponja, Ben 10, a Os Simpsons, South Park. Sua linguagem estética não muda, mas sim seu teor crítico. Mas para começar a falar de animação, voltamos lá na época em que foram registrados os primeiros desenhos nas paredes das cavernas. Os desenhos mantinham uma sequência de fatos que, querendo ou não, animação é isso, uma sequência de imagens contando algo. Evoluindo mais ainda no tempo, os teatros de sombras realizados na China, que imprecisamente se datam no ano 121 depois de Cristo.

Daí, pequenos truques ou brincadeiras, como o “taumatropo”, trouxeram grande perspectiva para o avanço da animação. E logo a captura de imagens em movimento por câmeras foi o grande estopim para que as técnicas avançassem e não parassem mais. Exemplo é a técnica de animação em Stop-Motion, em que cada movimento do boneco, massinha, personagem, objeto, é fotografado e depois visualizado em sequência dinâmica, dando “vida” a história. (Clique AQUI e assista a um vídeo)


O artista Snoo e a esquizofrenia da urbe

Com mais de 2 milhões e meio de habitantes, a cidade de Brasília hospeda a sede do governo federal e 124 embaixadas estrangeiras, além de carregar a marca de ser uma das maiores economias do país, ao mesmo tempo que recebe o título de capital mais desigual do Brasil.
E foi na capital do país que o jovem brasiliense Herysson Snoo se inspirou para produzir a coleção de ilustrações intitulada Capital Esquizofrênica. O artista captura fotografias de pontos ocasionais da cidade e a complementa com uma série de desenhos.



domingo, 1 de setembro de 2013

A gastronomia e a estética – Festivais de Gastronomia

Pensar o ato de comer, e mais ainda, de preparar o alimento para o consumo como algo além da necessidade fisiológica é o que dá sentido à gastronomia. O seu vínculo com a estética também vem da relação que o ser humano desenvolveu com o ato de comer e com os próprios alimentos. A combinação de cores, sabores, texturas para um resultado que agrade a todos os sentidos leva em consideração às experiências e conhecimento/memória tanto de quem elabora quanto de quem degusta as preparações. O que se relaciona diretamente com a cultura.


sábado, 31 de agosto de 2013

Ismael Nery

Ismael Nery nasceu em Belém do Pará, em 1900, e se mudou para o Rio de Janeiro quando ainda era criança, tendo se interessado por artes desde jovem.  Dedicou-se à pintura e ao desenho sem nunca limitar seu campo de atuação, porém é principalmente pelas suas obras de caráter surrealista que ele é lembrado.  Foi também poeta e deixou uma obra escrita de reflexões teóricas.

Ismael Nery

A arte do interior

Nascida em 01 de outubro de 1919, na cidade de Cataguases, Nanzita Ladeira Salgado Alvim Gomes (ou simplesmente Nanzita) foi uma das principais artistas plásticas do Brasil, tendo seu nome reconhecido até mesmo no exterior. Um dos grandes nomes da arte cataguasense, aliou seu trabalho ao estilo modernista que sempre caracterizou a cidade (aliás, estilo modernista que Nanzita não deixou passar em branco, tendo sido a primeira mulher a dirigir um automóvel em Cataguases). 

Festivais

Os festivais de animação são ótimos eventos para profissionais e fãs se reunirem, conhecerem novos filmes e curtas, participarem de oficinas, palestras e muito mais. Abaixo conheça um pouco sobre 3 dos grandes festivais mundiais de animação (Annecy, Ottawa e Anima Mundi) e outros menores que ocorrem anualmente no Brasil, destacando-se mais a cada edição. 


Festival Internacional du film d'animation à Annecy - França

Música clássica nos desenhos

Hoje fãs de animações, ou fãs de desenhos animados, ou de música clássica, ou simples leitores do blog por seus próprios motivos, vamos falar sobre animações e música clássica (como é claro, já denunciava o título do post).
Muitas pessoas tiveram seu primeiro contato (às vezes, único) com a música clássica através de filmes e desenhos, muitos dirigidos por Chuck Jones, animador lendário que, trabalhando em diversos estúdios ao longo de sua carreira, animou alguns dos cartoons mais conhecidos.



A ultraexposição do corpo no VMA 2013

No dia 25 de agosto, aconteceu o Video Music Awards, evento que premia, através do voto popular, os grandes sucessos da indústria fonográfica. Apesar de ser um evento jovem e também ter seus pontos altos – como na incrível apresentação do medley do cantor Justin Timberlake, que contou também com a apresentação de integrantes da banda N’SYNC - essa última edição da premiação causou polêmicas após a apresentação de duas estrelas pop: Miley Cyrus e Lady Gaga.


O impacto da criatividade e imagens fortes nas campanhas contra o cigarro

Dia 29 de agosto se comemora o Dia Nacional do Combate ao Tabaco. Com campanhas cada vez mais comuns no cotidiano dos brasileiros, é impossível não notar na aposta de governos, fundações e outros órgãos de todo o mundo, na abordagem forte, impactante e altamente criativa utilizada para tratar do assunto.
Com dados positivos, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde constatou que o número de fumantes brasileiros com mais de 18 anos caiu 20% nos últimos seis anos. Assim como afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, este é justamente o resultado do massivo investimento em ações de prevenção e controle do uso do tabaco.


O corpo nu, um campo de batalha

Não é raro vermos as propagandas publicitárias exaltando os corpos perfeitos, eroticamente idealizados. Em verdade, raro é ver o contrário. Diversas marcas utilizam em suas campanhas modelos, atores e atrizes ícones de beleza e sensualidade. Na vida real a história é bem diferente. Na sociedade em que vivemos falar de sexo ainda é tabu.

Segundo a noção de “corpo dócil” desenvolvida por Foucault, corpo dócil é aquele que pode ser utilizado e aproveitado eficientemente pelo controle político. Por muitos anos o Clero exerceu controle sobre as pessoas, recriminando uma das funções básicas do corpo humano, o sexo. Em outros momentos, os reis e senhores feudais controlavam seus súditos com constantes ameaças que incidiam sobre seus corpos.


Arte indígena no Brasil


O conceito de arte foi desenvolvido pela sociedade ocidental, mas não há um consenso até hoje do que seja arte. No Brasil, no período anterior e posterior à chegada dos portugueses, os povos que aqui habitavam desenvolviam diversas manifestações plásticas e culturais que hoje são qualificadas como arte, mesmo diante da possibilidade de nem ter existido um conceito parecido com esse nessa comunidade.

Movimentando com a Arte

Lygia Pimentel Lins (1920-1988), escultora, pintora e artista experimental brasileira, é reconhecida mundialmente pelo nome de Lygia Clark e nasceu na capital mineira, Belo Horizonte. Em 1947  foi morar no Rio de Janeiro para iniciar seus  estudos. Em 1950 morou por dois anos em Paris e retornou ao Brasil  como pioneira do movimento neoconcreto. Este novo percurso artístico trilhado por artistas brasileiros teve a atitude de romper com padrões visuais figurativos e fundamentou-se somente no uso de formas geométricas simples. A obra concreta emancipou-se do modelo de representação natural para aprofundar-se em uma criação pura e maior; para eles a arte não deveria ser apenas um objeto apreciativo, era preciso que a criação fosse partilhada com a vida, reinventando o mundo, dando novo sentido à obra criada.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Rosângela Rennó

Rosângela Rennó é uma importante artista plástica da arte contemporânea brasileira. Nascida em Belo Horizonte (MG) no ano de 1962, é graduada em Arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pós-graduada em Artes Plásticas pela Escola Guignard de Belo Horizonte e doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Em suas obras essa sua formação intelectual está muito presente. Nas suas criações os detalhes arquitetônicos estão muito bem representados, compondo uma obra de arte extremamente conceituada.

A vertente social exposta nas fotografias de Alexandre Severo


Nascido em 1978, em Recife, Pernambuco, Alexandre Severo iniciou sua carreira como fotógrafo em 2002. Graduou-se na Universidade Católica de Pernambuco em 2011 e cursou fotografia na FAAP de 2012 a 2013. Trabalhou como fotógrafo no Jornal do Commercio de 2005 a 2011, e atualmente é uma artista independente inserido na cidade de São Paulo.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Os personagens e as suas mudanças nos seriados

Eles apresentam infinitas características, desde o sapato que eles usam ao corte de cabelo. Alguns desses personagens já iniciam a série e mudam com o passar dos episódios e temporadas, sem deixar a essência deles para trás.
Primeiro, a proposta dos seriados é apresentar uma linearidade na história, porém os personagens podem sofrer essas alterações em seus perfis e se diferem muitas vezes de alguns padrões de telenovelas em que desde o início já sabemos quem será o vilão e o mocinho da trama (uma exceção foi A Favorita, de João Emanuel Carneiro, exibida pela Rede Globo).

O que a abertura diz sobre suas séries preferidas?

Um assunto que tem se tornado unanimidade nos últimos tempos são as séries. Ultimamente, é muito difícil achar alguém que não goste ou acompanhe pelo menos uma.  Mas uma coisa que é muito importante em um programa de TV e que muita gente não repara é a abertura. No início do ano, o site Den Of Geek fez uma lista das 10 melhores aberturas de séries da atualidade e nós escolhemos nossas cinco preferidas para mostrar pra vocês e falar um pouco sobre elas.

Trilhas sonoras e suas cenas

Em algumas séries ela passa despercebida. Uma sonoplastia da porta do carro batendo ou barulho de passos antevendo a entrada dos personagens. Geralmente, as séries policiais ou de ficção científica. Os sitcons também. Só as risadas do “público”. Mas em outras, a trilha sonora é tão importante quanto a personagem principal da trama.  Conectando todos os pontos de uma cena, elevando as emoções representadas na tela a um nível de relação entre a realidade e a ficção até então desconhecidos. As trilhas marcam vidas de fãs ou até mesmo gerações inteiras.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Minimalismo, do pouco faço muito!

O minimalismo é um movimento artístico e cultural que surgiu nos Estados Unidos entre as décadas de 60 e 70 e apresenta uma tendência para uma arte simples, baseada na vivência íntima e imediata que o receptor experimenta na presença do trabalho artístico.


sábado, 24 de agosto de 2013

Henfil – Política e humor na época da ditadura militar




Desenhista, jornalista e escritor, Henrique de Souza Filho, ou Henfil, como ele assinava seus trabalhos, foi um dos principais nomes do desenho humorístico brasileiro. Por meio de um humor ácido e inteligente, dotado de uma pesada carga de ironia, Henfil conseguiu burlar a censura e expor suas ideias, dizendo o que grande parte da população brasileira engajada na luta pela democracia gostaria de poder dizer. Com seu desenho irreverente e bem humorado, o cartunista construiu uma das mais importantes formas de oposição ao regime ditatorial no país, adquirindo grande importância no processo de transição democrática. 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Gastronomia e cinema


A gastronomia faz parte do cotidiano das pessoas. Da mais simples a mais sofisticada preparação, dos grandes chefes às donas de casa, a preocupação com o cheiro, a textura e, principalmente, o sabor das refeições têm um espaço importante. Já pensou em quantos filmes você já viu que também traziam essa temática? Direta ou indiretamente, a comida sempre está presente nas produções cinematográficas. 
Pegamos dois exemplos bem conhecidos pelo público. São os filmes Ratatouille e A Fantástica Fábrica de Chocolates. O primeiro conta a história de um chefe de cozinha nada convencional. O ratinho Remy é apaixonado por gastronomia e encontra um modo de exercer a profissão que tanto sonhava quando conhece Linguini. Durante o desenrolar da história, a dupla prepara pratos incríveis e eles descobrem juntos todas as maravilhas e belezas da gastronomia. 


segunda-feira, 12 de agosto de 2013



Liz Valente nasceu e cresceu em Viçosa, MG. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela UFV – Universidade Federal de Viçosa –, a artista “completa”, que desenha, pinta, projeta, escreve, atua e canta, gosta de sair pela cidade buscando inspiração para sua arte. Das suas andanças, ou flanâncias como também gosta de chamar, surgem poemas, fotos, músicas e uma arte própria que reflete a verdadeira cara de Viçosa.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Direto da feira: Tropical Hungry

Um dos grandes problemas do Brasil e de outros países em desenvolvimento é a fome. E não é porque se produz pouco, mas por causa do grande desperdício de alimentos. Agora, você já parou para pensar quanta coisa desperdiça na sua casa? As frutas que estragam, a comida que é jogada fora? Agora imagina em uma feira! A quantidade de produtos que ficam jogados pelo chão daria para alimentar pessoas que não têm condições de pagar pelo alimento. O artista nordestino Narcélio Grud resolveu recolher frutas, verduras e legumes que foram jogados fora na feira de Gentilandia, em Fortaleza, e fazer arte urbana com elas.

domingo, 4 de agosto de 2013

Viçosense expoente mineiro

Importante centro de divulgação de manifestações de arte e de conceitos de conservação e restauração, a Galeria de Arte Nello Nuno, em Ouro Preto, recebeu esse nome em homenagem ao artista viçosense, que pertence à geração de artistas mineiros que se firmaram a partir de 1962.



sábado, 3 de agosto de 2013

O Projeto 54 de El Cabriton

O baralho é uma ferramenta de jogo que foi introduzida na Europa durante o século XIV e que se popularizou em vários países a partir do séc XV. Ao longo dos anos, e considerando as possibilidades tecnológicas de impressão, algumas marcas ousavam no design do baralho, colocando figuras e desenhos nas cartas.  No Brasil, a Copag é a responsável por maior parte da produção e venda desse produto desde 1918.

Di Cavalcanti

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti, é um artista brasileiro considerado um dos mais importantes pintores de seu tempo. Suas obras são imensamente reverenciadas até os dias atuais como importantes criações que retratam o cotidiano e a típica cultura nacional. 
Di Cavalcanti nasceu na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1897 e desde muito cedo já mostrava aptidão para as artes. Aos 17 anos já trabalhava como ilustrador da revista Fon-Fon, um importante periódico que teve seu maior período de destaque na Belle Époque, compreendido entre os anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial.


Moças de Guaratinguetá (1930)

Viagem pitoresca ao Brasil do século XIX

No início do século XIX, o Brasil passava por muitas mudanças, dentre elas muitas estavam ligadas à chegada da família real portuguesa na cidade do Rio de Janeiro. Pressionado pelo conflito entre a França e Inglaterra, D. João VI veio se instalar no Brasil fugindo de Napoleão. Aqui, deu início a uma série de reformas administrativas, socioeconômicas e culturais, tais como o estímulo a novas fábricas, a criação do Museu Nacional, da Biblioteca nacional, e de instituições de ensino.

Este é um momento na história do Brasil em que o país recebia forte influência da cultura européia, o que iria se intensificar ainda mais com a chegada da Missão Artística Francesa ao Brasil, em 1816, liderada por Joachim Lebreton. Dentre os artistas franceses que vieram na Missão estavam Auguste-Henri-Victor Grandjean de Montigny, Nicolas-Antoine Taunay, e o que viria a se tornar mais conhecido na história do Brasil: Jean-Baptiste Debret.

A fotografia caótica e sensível de Fabio Stachi


Antigos hospícios, construções abandonadas e caindo aos pedaços, locais sujos e evitados pela maioria das pessoas: esses são os cenários preferidos do fotógrafo paulista Fabio Stachi. Formado em design gráfico, se envolveu no mundo artístico desde pequeno, estudando desenho durante a adolescência. O gosto pela fotografia floresceu ao longo de sua vida e “com o amadurecimento pessoal e artístico, a sensibilidade e entrega com a fotografia foi tomando espaço em sua vida”. Atualmente, o artista faz parte do coletivo artístico Famiglia Baglione e trabalha com a imagem há 10 anos.

Grafite, arte e crítica social



Atualmente, já não se discute mais se o grafite é arte. Ele conquistou seu espaço nas ruas e também já se faz presente nos museus em todo mundo. A manifestação artística alcançou o patamar de arte contemporânea, estando presente no mobiliário urbano de grandes cidades e integrando ludicamente e criticamente com a sociedade.

Artes Visuais na Tropicália

Ao se falar em Tropicalismo é mais comum associar o movimento à sua produção musical que, realmente, se tornou a área mais expressiva dessa corrente artística entre o grande público. Porém, foi nas artes plásticas que a palavra Tropicália ganhou significado inicial e adquiriu as feições gerais que mais tarde a consagrariam.
Em abril de 1967, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro recebia a exposição Nova Objetividade Brasileira, e nela Hélio Oiticica, que se tornaria o maior nome das artes plásticas do tropicalismo, apresentava a instalação Tropicália, um ambiente em forma de labirinto com plantas, areia, araras, um aparelho de TV e capas de Parangolé (um tipo de obra de arte feita para ser usada como roupa).

Tropicália, Hélio Oiticica

1000 Shadows: uma obra de Herbert Baglione‏



Herbert Baglione nasceu em 1977, em São Paulo, onde ainda mora atualmente. Ele é fotografo e pintor, focando principalmente na arte urbana. O que mais se destaca nas suas obras é a mistura estética com uma carga emocional muito pesada, beirando o que muitos chamariam de sinistro. Na exposição Obituário, por exemplo, Herbert utilizou o próprio sangue para pintar algumas peças. Suas ideias fluem no momento e o artista sempre busca uma forma de mudar sua própria visão daquela arte e ir contra os tabus que existem na sociedade.


As histórias em quadrinhos por Fábio Moon e Gabriel Bá


 “É era de gêmeos nos quadrinhos brasileiros” é assim que o The New York Times apresenta os quadrinistas Fábio Moon e Gabriel Bá.  Com trabalhos publicados nos EUA, Itália e Espanha eles são os primeiros brasileiros a ganharem o Prêmio Eisner de quadrinhos (o Oscar dos gibis) se destacando pela criatividade e originalidade.
O primeiro trabalho dos irmãos foi o fanzine independente chamado 10 pãezinhos, que chegou a 40 números. Já foram publicados 5 livros dos "10 pãezinhos": "O Girassol e a Lua" , "Meu Coração, Não Sei Por Quê." , "CRÍTICA" , "Mesa para Dois"  e "FANZINE".

Desenhando com a tesoura

Recortar e colar, mais conhecido por colagem, é uma técnica datada da história antiga que teve seu valor artístico reconhecido com o Cubismo no século XX. Antes disso, era considerada brincadeira de criança ou manifestação da arte popular. O uso diversificado de materiais como madeira, pedaços de jornal, tecidos e objetos, sobre um suporte, dificulta a classificação da colagem, que está entre a pintura e a escultura.
Fruteira e Copo (1912), de Georges Braque (1882-1963), é considerada uma das primeiras colagens da arte moderna. A partir desse momento, a técnica passou a ser largamente empregada em diferentes escolas e movimentos artísticos, com sentidos muito variados. Um exemplo é Pablo Picasso (1881-1973) que encontra no novo recurso um instrumento de experimentação inigualável. No Brasil os nomes de destaque são: Carlos Scliar, Piza, Guignard, Jorge de Lima, Athos Bulcão, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Composição, Carlos Scliar. (Vinil e colagem encerados sobre tela)


terça-feira, 30 de julho de 2013

Música e interatividade na teledramaturgia

Se existisse um catálogo, um livro ou um filme sobre as "grandes mudanças do século XXI", a forma com a qual assistimos televisão certamente estaria entre uma dessas mudanças. Nos dias atuais, é comum observarmos uma maior interação televisão versus telespectador, seja pelo controle remoto, seja por outra tela - a do computador, tablet, celular e por aí vai. Redes sociais (Facebook e Twitter, em especial) explodem de comentários sobre jogos, lutas, filmes e novelas, todos os dias.


Há ainda, dentre vários, dois outros tipos de interatividade.

Um deles é a aparição, na TV, dos comentários dos telespectadores na internet. Em transmissões de jogos, por exemplo, é recorrente vermos uma pergunta enviada para o narrador via internet. Diariamente, também podemos ver diversos tweets (as mensagens enviadas pelo Twitter) no canto inferior da tela de algum programa, como o famoso Vídeo Show, da Rede Globo.

Um Brasil holandês

Quando desembarcaram no novo mundo, os colonizadores europeus trouxeram consigo influências da Renascença e do Barroco, que continha forte caráter religioso. No entanto, aqui no Brasil, a missão artística trazida na comitiva holandesa de Maurício de Nassau no século XVII deixaria de lado os temas sacros.
Maurício de Nassau-Siegen chegou ao Brasil por meio das invasões holandesas em Pernambuco, e atuou como governador, representante da Companhia das Índias Ocidentais entre 1637 e 1644. Era protestante e adepto da tolerância e liberdade religiosa, além disso, era um incentivador das artes e das ciências, tendo sido conhecido pelo historiador inglês C. R. Boxer como “o Príncipe humanista no Novo Mundo”.  Seu empenho em realizar uma missão artística e científica trouxe para o Brasil pintores como Frans Post e Albert Echkhout, que contribuíram para a representação do Novo Mundo na Europa.


Publicidade mescla o moderno e o vintage

Existe grande relação entre a arte e a publicidade, com ambas se reinventando constantemente. Diversas obras eruditas e/ou burguesas foram produzidas por artistas que viveram durante a Idade Média e o Renascimento. Retratam temas daquela época e atendem a demandas éticas e estéticas da aristocracia e Igreja de seu tempo. O que pode surpreender é que, segundo Pierre Bourdieu em O Mercado de Bens Simbólicos, essas obras ainda são frequentemente usadas pela Indústria Cultural, que renova suas técnicas e temáticas e adapta os assuntos para uma situação atual.

Foi exatamente isso o que o designer francês, Christian Louboutin, criador de uma linha de sapatos com solas vermelhas, fez na coleção de outono - inverno 2011/2012. O estilista selecionou algumas obras famosas para usar como inspiração e criar seu catálogo. Nas reproduções a seguir, são mostradas a imagem original e a adaptação feita.
Mudança entre o quadro original e a imagem modificada para a Publicidade.
Obras inspiradoras de Christian Loubotin:


Whistler’s Mother (1981), do pintor norte-americano James McNeill Whistler, que retratou sua mãe na obra. Como se vê, há predominância de três cores: preto, branco e cinza. A mulher está sentada de perfil e com uma aparência triste. O artista conseguiu com essa obra reafirmar a importância da família e essa imagem foi utilizada como carimbo em 1934 pelos correios dos Estados Unidos, acompanhada do slogan "em memória e em honra das Mães da América" e ela apareceu também em muitas propagandas comerciais. Um exemplo disso é a campanha citada acima do designer Christian Louboutin, de 2012, para mostrar sua nova coleção de sapatos de solas vermelhas. Na nova versão, a “mãe” tem em mãos um sapato de sua grife, que também é preto e a expressão da mulher é de mais entusiasmo.


Você já ouviu falar de street art?



Também chamado de urbanografia ou simplesmente arte urbana, ela é a expressão que se refere a manifestações artísticas desenvolvidas no espaço público, distinguindo-se das manifestações de caráter institucional ou empresarial, bem como do mero vandalismo. A arte de rua não possui uma origem ou um criador exato. Na Grécia pré-socrática, os aedos homéricos eram cantores que discursavam em versos e música e percorriam a Grécia cantando um repertório de lendas e tradições populares. Tinham a função de envolver a plateia tanto pela melodia e pelo ritmo quanto pelos movimentos do artista e o sentido das falas. A mobilização ideológica também era exercida por eles. 



A beleza do cinema ditando padrões


Inúmeras mudanças aconteceram desde as primeiras exibições do cinema no final do século XIX, na França, até os dias atuais, com toda a magia Hollywoodiana. E em meio a essa revolução, lá estão elas, os ícones de beleza que influenciaram, exibiram e se tornaram seres invejados pelas mulheres nesse mundo globalizado durante todo esse tempo. O feminino, seja como sexo forte e ágil, seja reprimido, subordinado ou mesmo dotado de toda sensualidade, atuou no cinema trazendo moda e beleza para o mundo real, criando novos conceitos e padrões. 



A revolução dos vídeo games


Os games fazem parte do nosso cotidiano há muito tempo. Faz mais de 40 anos que o primeiro console começou a ser comercializado e mais de 50 que o primeiro foi criado. Com tanto tempo inserido na sociedade, várias gerações já jogaram vídeo game na infância, cada qual em sua época e com a interatividade que a tecnologia permitia.
Em tempos em que a ciência muda rapidamente, é impossível não reparar a evolução e as inovações dos vídeo games. Atualmente se pode jogar sem o uso de manetes, pode se jogar em celulares e outros aparelhos móveis. Definitivamente uma revolução que há pouco tempo seria impossível pensar. Vamos traçar alguns paralelos e mostrar as diferenças interativas que os consoles sofreram ao longo destes 50 anos. 





O palco e o ambiente na composição teatral




A palavrateatroaborda tanto o significado de uma forma de arte quanto o local designado para essa função - o que é bem compreensível quando se leva em consideração a importância que o espaço tem na composição de uma encenação teatral. Existem várias plataformas de palcos e ambientes que podem ser mais ou menos influentes ou favoráveis para cada tipo de apresentação. A forma como se pretende levar a arte ao público é um dos principais elementos que são levados em conta no momento de fazer essa escolha.
Alguns formatos são mais tradicionais e se popularizaram entre o público e os produtores teatrais. Assim, existem três principais plataformas que a serem adotados para uma composição teatral: o palco italiano, o teatro de arena e o teatro de rua.
A imagem do palco italiano é possivelmente aquela que surge de imediato na mente das pessoas, com sua forma retangular e a presença de cortinas. Os atores representam apenas de frente, na chamada boca de cena (frente do palco). Geralmente é o formato que mais distancia os atores do público, mas alguns diretores optam por não seguir isso a risca e fazem inserções em meio à plateia.