Antigos
hospícios, construções abandonadas e caindo aos pedaços, locais sujos e
evitados pela maioria das pessoas: esses são os cenários preferidos do
fotógrafo paulista Fabio Stachi. Formado em design gráfico, se envolveu no
mundo artístico desde pequeno, estudando desenho durante a adolescência. O
gosto pela fotografia floresceu ao longo de sua vida e “com o amadurecimento
pessoal e artístico, a sensibilidade e entrega com a fotografia foi tomando
espaço em sua vida”. Atualmente, o artista faz parte do coletivo artístico Famiglia Baglione e trabalha com a
imagem há 10 anos.
De acordo com o
fotógrafo, a influência de seu trabalho vem do pintor barroco Caravaggio - por
meio do jogo de luz e sombra característico do mesmo; das ilustrações
impressionistas e que exaltam a sensualidade da figura feminina do italiano
Pino Daeni, e das fotos ousadas do checho Jan Saudek.
A principal
modelo do trabalho de Fabio é sua própria namorada, Patrícia Costa, que também
ajuda a escolher as locações das imagens. Suas obras são marcadas pelo ambiente
caótico, que entra em conflito com modelos belas e delicadas. A sensualidade e
o visceral são as características mais marcantes de seu trabalho.
O clima das
imagens é sombrio e obscuro. Contudo, é a delicadeza e a sensibilidade do olhar
do artista que conferem as suas obras um equilíbrio comovente e impactante. A
beleza melancólica e sensual por trás da sujeira e no caos florescem em
fotografias lascivas e humanas. Dessa forma, não é possível ficar apático às
fotografias de Fabio.
Na página do facebook do artista, a descrição real e verdadeira de seu trabalho: “o trabalho
de Fabio convida para um diálogo com a inquietude humana, carregado de
sentimentos e provocações. [...] Não se prende a regras e conceitos estéticos.
[...] Apresenta a imagem como um fluxo da vida contínua, e com um olhar
qualificado, investe incansavelmente no pensamento do impensado.” Para acessar o site do artista, clique AQUI.
Texto: Júlia Boaventura
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