Nascida em 01 de outubro de 1919, na cidade de
Cataguases, Nanzita Ladeira Salgado Alvim Gomes (ou simplesmente Nanzita) foi uma
das principais artistas plásticas do Brasil, tendo seu nome reconhecido até
mesmo no exterior. Um dos grandes nomes da arte cataguasense, aliou seu
trabalho ao estilo modernista que sempre caracterizou a cidade (aliás, estilo modernista
que Nanzita não deixou passar em branco, tendo sido a primeira mulher a dirigir
um automóvel em Cataguases).
Começou seus trabalhos na década de 1940, após ter
estudado com importantes nomes, como Jan Zack. Sua pintura retratava a relação harmônica
e duradoura que Nanzita sempre teve com seu jardim – tomado por bromélias e
orquídeas bem cuidadas, num espaço estratégico da residência da artista, que
foi projetada pelo arquiteto Francisco Bolonha.
Mas a artista, completa em sua essência, também
representava outras temáticas – tais como as questões sacras. Nesse sentido,
foi convidada a pintar a Via Sacra no Santuário de Santa Rita de Cássia, em
Cataguases – sendo esta uma de suas grandes obras, inserida num monumento
modernista, que é a própria igreja Santa Rita.
Carlos Sérgio Bittencourt, teatrólogo, ao se referir à artista, disse que “Nanzita soube usar sua sensibilidade para se recriar através da pintura. Com técnica apurada e precisa, lançou seu olhar amoroso para o vasto mundo de sua pequena cidade e percebeu o detalhe e a beleza na aridez da realidade em volta.”
Utilizava-se de cores bem vivas e chamativas,
colocando na tela a força da natureza que queria destacar. Jardins, cenas
campesinas, ambientes rurais eram apresentados pela artista – que também pintou
temas ligados diretamente a sua cidade natal, tais como A Ponte Metálica, A Partida do
Trem, e a já citada Via Sacra da igreja.
Uma amante da arte que não deixou de registrar sua
marca nesse ramo. Para tanto, criou em 1976 a GAL ART (Centro de Arte e Cultura
de Cataguases), que expõe até os dias de hoje o acervo de obras da artista,
além de promover o lançamento de livros e, por vezes, expor obras de outros
artistas.
Além da exposição permanente da artista em
Cataguases, a obra de Nanzita já circulou por diversas outras cidades do estado
– tais como Viçosa, Juiz de Fora e Belo Horizonte – além de São Paulo e Rio de
Janeiro. Vale destacar que Nanzita também já teve sua obra exposta no Japão,
mostrando que a arte singela, do interior, representa sensações que valem a
pena ser conferidas em qualquer parte do mundo.
A artista faleceu em dezembro de 2007, mas a GAL ART
permanece expondo as obras de Nanzita, que recebeu diversos prêmios e condecorações
ainda em vida. Uma artista, uma pintora, uma mulher que deixou as marcas de sua
pintura pela cidade onde nasceu. Qualquer um que queira reviver Nanzita, ao
cruzar as ruas da cidade, pode relembrá-la em cada detalhe dos seus jardins, na
avenida principal de Cataguases – jardins que continuam recebendo o mesmo cuidado
de antes, eternizando a paixão de Nanzita pelas flores.
Texto: Marcos Meigre
Fontes: eternanzita.com.br
nanzita.blogspot.com.br
Tenho um quadro dela, muito bonito
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