Também chamado de urbanografia ou simplesmente arte urbana, ela é a expressão que se refere a manifestações artísticas desenvolvidas no espaço público, distinguindo-se das manifestações de caráter institucional ou empresarial, bem como do mero vandalismo. A arte de rua não possui uma origem ou um criador exato. Na Grécia pré-socrática, os aedos homéricos eram cantores que discursavam em versos e música e percorriam a Grécia cantando um repertório de lendas e tradições populares. Tinham a função de envolver a plateia tanto pela melodia e pelo ritmo quanto pelos movimentos do artista e o sentido das falas. A mobilização ideológica também era exercida por eles.
Outra
demonstração artística social pôde ser vista em meados do século XII, na
Idade Média. Naquela época, a Literatura Portuguesa acabava de surgir e
suas primeiras obras literárias eram elaboradas em versos, ou seja, em
poemas. Sem a invenção da prensa gráfica ou de jornais, os poemas
medievais eram declamados em ruas, praças, festas e palácios com o
objetivo exclusivo de divulgação. Como tinham acompanhamento musical,
receberam o nome de cantigas ou trovas.
Nesta mesma época, as
festas medievais populares contavam com apresentações teatrais,
estruturadas em quadros de cena, que consistia em colocar os atores
imóveis e congelados numa pose expressiva, dando a impressão de uma
pintura. Mais tarde, nas mãos do francês Etienne Decrox nascia a mímica
moderna. Para essa forma de arte, ele deu o nome de tableuaux vivants,
ou seja, quadros vivos.
A música também teve um papel
importante na origem da arte urbana. O historiador Eric Hobsbawm relata
em seu livro História Social do Jazz que este ritmo musical nasceu nos
Estados Unidos, no início do século XX, através de um movimento popular
negro. Sua semente foi brotada nas regiões de New Orleans, Mississipi e
Texas, por trabalhadores negros que, após o serviço, tocavam nas ruas
seus instrumentos musicais, como o saxofone e a clarineta, em uma
maneira de se dispersar do cotidiano cansativo.
O street art
está muito em alta e trabalhos de grande qualidade têm aparecido no
mundo todo. A vez agora é dos arco-íris colorindo e dando um estilo
todo especial em prédios de Albuquerque, nos Estados Unidos. O artista
de identidade anônima, definido como Rainbow Warrior (Guerreiro do
Arco-Íris) deixou registrado que começou o seu trabalho por estar
vivendo um momento deprimido em sua vida e decidiu pintar arco-íris nas
paredes e muros para que, quem sabe assim, as pessoas que vissem
sentissem a mesma coisa que ele estava sentindo ou, quem sabe, na
intensidade em que ele sentia suas emoções. “Eu estava me sentindo
realmente deprimido e tive a noção de que se saísse pintando arco-íris,
talvez alguém visse e sentisse o mesmo que eu estava sentindo ou
sentisse algo tão intensamente como eu estava sentido. O primeiro que eu
fiz, eu apenas joguei, literalmente, a tinta sobre o lado de um muro
feio e abandonado”. Segundo ele, no primeiro trabalho ele simplesmente
jogou as tintas contra a parede. O sucesso do seu trabalho é, hoje em
dia, super reconhecido, e os prédios em que ele pintou o seu arco-íris
viraram forte referência. A
história ganhou fama graças à intransigência das autoridades
responsáveis que não permitiam os graffitis. O artista anônimo continuou
com suas obras que alcançaram o objetivo por ele (ou ela) proposto: “eu
quero inspirar outras pessoas. Isso é parte de toda minha arte, é
sempre positivo”.
Para saber mais deste tipo de arte no Brasil, visite o blog, clicando AQUI
Texto: Marina Mattos, Verônica Valverde e Pedro Vital
Nenhum comentário:
Postar um comentário