terça-feira, 30 de julho de 2013

Você já ouviu falar de street art?



Também chamado de urbanografia ou simplesmente arte urbana, ela é a expressão que se refere a manifestações artísticas desenvolvidas no espaço público, distinguindo-se das manifestações de caráter institucional ou empresarial, bem como do mero vandalismo. A arte de rua não possui uma origem ou um criador exato. Na Grécia pré-socrática, os aedos homéricos eram cantores que discursavam em versos e música e percorriam a Grécia cantando um repertório de lendas e tradições populares. Tinham a função de envolver a plateia tanto pela melodia e pelo ritmo quanto pelos movimentos do artista e o sentido das falas. A mobilização ideológica também era exercida por eles. 




Outra demonstração artística social pôde ser vista em meados do século XII, na Idade Média. Naquela época, a Literatura Portuguesa acabava de surgir e suas primeiras obras literárias eram elaboradas em versos, ou seja, em poemas. Sem a invenção da prensa gráfica ou de jornais, os poemas medievais eram declamados em ruas, praças, festas e palácios com o objetivo exclusivo de divulgação. Como tinham acompanhamento musical, receberam o nome de cantigas ou trovas. 



Nesta mesma época, as festas medievais populares contavam com apresentações teatrais, estruturadas em quadros de cena, que consistia em colocar os atores imóveis e congelados numa pose expressiva, dando a impressão de uma pintura. Mais tarde, nas mãos do francês Etienne Decrox nascia a mímica moderna. Para essa forma de arte, ele deu o nome de tableuaux vivants, ou seja, quadros vivos. 



A música também teve um papel importante na origem da arte urbana. O historiador Eric Hobsbawm relata em seu livro História Social do Jazz que este ritmo musical nasceu nos Estados Unidos, no início do século XX, através de um movimento popular negro. Sua semente foi brotada nas regiões de New Orleans, Mississipi e Texas, por trabalhadores negros que, após o serviço, tocavam nas ruas seus instrumentos musicais, como o saxofone e a clarineta, em uma maneira de se dispersar do cotidiano cansativo. 



O street art está muito em alta e trabalhos de grande qualidade têm aparecido no mundo todo. A vez agora é dos arco-íris colorindo e dando um estilo todo especial em prédios de Albuquerque, nos Estados Unidos. O artista de identidade anônima, definido como Rainbow Warrior (Guerreiro do Arco-Íris) deixou registrado que começou o seu trabalho por estar vivendo um momento deprimido em sua vida e decidiu pintar arco-íris nas paredes e muros para que, quem sabe assim, as pessoas que vissem sentissem a mesma coisa que ele estava sentindo ou, quem sabe, na intensidade em que ele sentia suas emoções. “Eu estava me sentindo realmente deprimido e tive a noção de que se saísse pintando arco-íris, talvez alguém visse e sentisse o mesmo que eu estava sentindo ou sentisse algo tão intensamente como eu estava sentido. O primeiro que eu fiz, eu apenas joguei, literalmente, a tinta sobre o lado de um muro feio e abandonado”. Segundo ele, no primeiro trabalho ele simplesmente jogou as tintas contra a parede. O sucesso do seu trabalho é, hoje em dia, super reconhecido, e os prédios em que ele pintou o seu arco-íris viraram forte referência. A história ganhou fama graças à intransigência das autoridades responsáveis que não permitiam os graffitis. O artista anônimo continuou com suas obras que alcançaram o objetivo por ele (ou ela) proposto: “eu quero inspirar outras pessoas. Isso é parte de toda minha arte, é sempre positivo”. 



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Texto: Marina Mattos, Verônica Valverde e Pedro Vital

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