Herbert
Baglione nasceu em 1977, em São Paulo, onde ainda mora atualmente. Ele é
fotografo e pintor, focando principalmente na arte urbana. O que mais se
destaca nas suas obras é a mistura estética com uma carga emocional muito
pesada, beirando o que muitos chamariam de sinistro. Na exposição Obituário, por exemplo, Herbert utilizou
o próprio sangue para pintar algumas peças. Suas ideias fluem no momento e o
artista sempre busca uma forma de mudar sua própria visão daquela arte e ir
contra os tabus que existem na sociedade.
É no instinto, então, que as obras de Baglione
ganham vida. Talvez o seu trabalho mais conhecido, principalmente pela
característica sinistra e o sentimento de estranheza que provoca no observador,
é o 1000 Shadows. A obra começou em
1999 e não se limita a um espaço fixo único. A ideia de Herbert era pintar
sombras em ambientes que causam “arrepios” só de se pensar. O último local
escolhido foi um hospital psiquiátrico abandonado na cidade de Parma, na
Itália.
As sombras de Baglione se esgueiram pelo local, com
os pés saindo de velhas cadeiras de rodas e com a silhueta entrando nos quartos
e salas do local. Sinistro, eu sei, mas é interessante também pensar como
aquelas sombras representam antigos pacientes do hospital. O sentimento de
sombrio não vem mais das paredes lascadas ou das cadeiras caídas no chão, mas
da representação emocional que Baglione dá à aquelas sombras, agora não mais
simples pinturas, mas uma interpretação das almas torturadas e tristes que
antes viveram ali.
Texto: Fernanda Borel
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