segunda-feira, 1 de julho de 2013

A composição sonora dos comerciais

     Vivemos em uma sociedade onde uma grande maioria assiste televisão e, consequentemente, entra em contato com peças publicitárias. Caracterizadas como pequenos filmes que duram de 15 a 30 segundos, essas peças possuem a difícil função de convencer o telespectador, em um curto espaço de tempo, a consumir um determinado produto. Com o avanço da tecnologia, as agências de publicidade transformam o horário do intervalo em um momento de diversão e de grandes produções, que acabam por hipnotizar quem está assistindo. Um dos elementos mais importantes na construção de um comercial televisivo é a sua trilha sonora. Os sons (em especial a música) estabelecem um universo capaz de produzir sensações e atitudes inesperadas, sendo essenciais na composição da linguagem publicitária.


   Desde a criação das rádios, por fazerem parte de um meio exclusivamente sonoro, foram construídas formas de reproduzir na mente do ouvinte imagens que auxiliassem na interpretação e recepção da mensagem. Com o advento dos meios visuais, como a televisão e o cinema, o som serviu – e serve até hoje - para direcionar o foco em algum aspecto da imagem e auxiliar no acompanhamento da história, tornando-a mais crível. Os efeitos sonoros, jingles e músicas em uma propaganda, são elementos que auxiliam na transmissão e fixação de uma mensagem. Além de transmitir uma ideia, o som quando bem planejado fixa-se na mente do telespectador, e esse se torna um difusor a mais da propaganda.
      O som é tão importante na publicidade que, mesmo ouvido em outro contexto, faz remeter o receptor ao produto que está relacionado, criando um link entre os conceitos do produto e sua fluidez. O que traduz essa relação é a sinestesia, ou seja, processo intrapessoal por meio do qual as impressões sensoriais são traduzidas pelos “olhos da mente”.
      Dentro desse contexto, algumas canções criadas especialmente para a publicidade marcaram a história da propaganda. Quem não se lembra de “dois hambúrgueres, um alface, queijo, molho especial, cebola, picles em um pão com gergelim. É Big Mac (Big Mac)!”, música do sanduíche Big Mac, da rede de fast food McDonald’s ? Exemplos é o que não faltam – e muitas vezes eles não necessariamente surgem pela TV. A propaganda da Oral B Complete faz jus à afirmação. Inicialmente lançada nos tão ignorados comerciais do Youtube no final do ano passado, fez o maior sucesso devido a sua música contagiante que segurou o espectador até o final do comercial. A propagada fez tanto sucesso que muitas pessoas comentaram o vídeo dizendo ter sido a primeira vez que assistiram um comercial no YouTube sem ignorá-lo em 5 segundos. Ambas as canções presentes foram importantes, grudaram em nossas mentes e memórias, e nos fizeram cantarolar tanto em casa, quanto na rua, mesmo com o seu tempo de veiculação finalizado.
Relembre outras propagandas musicais que foram (e são até hoje) sucesso:

Parmalat: Mamíferos 

Assolan: Pega eu

Johnson's Baby: Cachinhos


      O universo comercial na televisão é movido por milhares de reais, e fazer uma publicidade eficaz para esse meio é uma tarefa árdua. Uma das estratégias fundamentais para o sucesso de um veículo que se utiliza de emoções para propagar o consumismo é saber estimular e aguçar a imaginação do telespectador. E os sons e a música definem a trilha dessa história, numa cadência que envolve até mesmo o coração repetindo incessantemente o verbo “comprar”.


Texto: Betânia Pontelo, Laís Coletta, Camila Christian e Lucas Moura


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