Vivemos
em uma sociedade onde uma grande maioria assiste televisão e, consequentemente, entra em contato com peças
publicitárias. Caracterizadas como pequenos filmes que duram de 15 a 30 segundos,
essas peças possuem a difícil função de convencer
o telespectador, em um curto espaço de tempo, a consumir um determinado
produto. Com o avanço da tecnologia, as agências de publicidade transformam o
horário do intervalo em um momento de
diversão e de grandes produções, que acabam por hipnotizar quem está
assistindo. Um dos elementos mais importantes na construção de um comercial
televisivo é a sua trilha sonora. Os
sons (em especial a música) estabelecem um universo capaz de produzir sensações e atitudes
inesperadas, sendo essenciais na composição da linguagem publicitária.
Desde a criação das rádios, por
fazerem parte de um meio exclusivamente sonoro, foram construídas formas de
reproduzir na mente do ouvinte imagens que auxiliassem na interpretação e recepção da mensagem. Com o advento dos meios
visuais, como a televisão e o cinema, o som serviu – e serve até hoje - para
direcionar o foco em algum aspecto da imagem e auxiliar no acompanhamento da
história, tornando-a mais crível. Os efeitos sonoros, jingles e músicas em uma
propaganda, são elementos que auxiliam na transmissão e fixação de uma
mensagem. Além de transmitir uma ideia, o som quando bem planejado fixa-se na mente do telespectador, e esse se torna
um difusor a mais da propaganda.
O som é tão importante na
publicidade que, mesmo ouvido em outro contexto, faz remeter o receptor ao
produto que está relacionado, criando um link
entre os conceitos do produto e sua fluidez. O que traduz essa relação é a sinestesia, ou seja, processo
intrapessoal por meio do qual as impressões sensoriais são traduzidas pelos “olhos da mente”.
Dentro desse contexto, algumas
canções criadas especialmente para a publicidade marcaram a história da propaganda. Quem não se lembra de “dois
hambúrgueres, um alface, queijo, molho especial, cebola, picles em um pão com
gergelim. É Big Mac (Big Mac)!”,
música do sanduíche Big Mac, da rede de fast
food McDonald’s ? Exemplos é o que não faltam –
e muitas vezes eles não necessariamente surgem pela TV. A propaganda da Oral B Complete faz
jus à afirmação. Inicialmente lançada nos tão ignorados comerciais do Youtube
no final do ano passado, fez o maior sucesso devido a sua música contagiante que segurou o espectador até o final do
comercial. A propagada fez tanto sucesso que muitas pessoas comentaram o vídeo
dizendo ter sido a primeira vez que assistiram um comercial no YouTube sem
ignorá-lo em 5 segundos. Ambas as canções presentes foram importantes, grudaram em nossas mentes e memórias, e nos fizeram
cantarolar tanto em casa, quanto na rua, mesmo com o seu tempo de veiculação
finalizado.
Relembre outras propagandas musicais que foram
(e são até hoje) sucesso:
Parmalat: Mamíferos
Assolan: Pega eu
Johnson's Baby: Cachinhos
O
universo comercial na televisão é movido por milhares de reais, e fazer uma
publicidade eficaz para esse meio é uma tarefa árdua. Uma das estratégias
fundamentais para o sucesso de um veículo que se utiliza de emoções para propagar
o consumismo é saber estimular e aguçar
a imaginação do telespectador. E os sons e a música definem a trilha dessa história, numa cadência que envolve até
mesmo o coração repetindo incessantemente o verbo “comprar”.
Texto: Betânia Pontelo, Laís Coletta, Camila Christian e Lucas Moura
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