Benjamin, cinema e experiência: a flor azul na terra da tecnologia

Por Ana Oliveira, Bianka Rodrigues, Guilherme Queiroz,

Jésus Dias, Jorge Oliveira, Larissa Abreu,

 Matheus Filipe e Weliton Matheus

 

O texto Benjamin, cinema e experiência: A flor azul na terra da tecnologia, de Miriam Hansen, refere-se a conceitos discutidos pelo alemão Walter Benjamin, voltados ao “efeito de choque” e a ligação entre o cinema e a fotografia à mudança social. A autora desenvolve seu texto baseado, principalmente, no ensaio de Benjamim A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica (1935-1936).

O efeito de choque relaciona-se à maneira como o cinema e a fotografia são recebidos pelo público (campo da recepção), além de ser uma crítica baseada no que Benjamim denomina “pobreza experiencial” (campo da experiência). Uma das grandes questões discutidas por Miriam é a ambiguidade do conceito de choque que é proposto pelo crítico. Na visão de Benjamim, se por um lado o cinema traz um empobrecimento da experiência, por outro, ele impulsiona “o corpo humano para momentos de reconhecimento.” (Pág. 234).

Levando em consideração a relação espaço-tempo, considera-se que a percepção humana aos modos de produção e reprodução, é baseada, segundo o texto, no momento arbitrário da exposição, no caso da fotografia, e no controle fragmentador do enquadramento e da edição no cinema. (Pág. 210)

No mundo cinematográfico, o ator passa a atuar para uma câmera e não para uma plateia, contribuindo assim com a perda do que Benjamim define como aura: a forma de percepção vivenciada em relação a objetos naturais.
Walter Benjamim também faz críticas à Indústria Cultural, discutindo sobre até que ponto o uso dessa indústria vem a ser um fator positivo, já que, em parte, faz com que as pessoas se afastem, seguindo um padrão pré-determinado pelos meios de comunicação. Antes, as pessoas se reuniam para irem a um piquenique ou para conversar, mantendo mais contato umas com as outras. No caso da fotografia, antes era impossível registrar facilmente uma imagem, hoje as pessoas ficam mais preocupadas em “tirar” uma fotografia e acabam se esquecendo de apreciar o momento. Estes exemplos também caracterizam o declínio da aura. A banalização deixa de lado o olhar, o contato com tudo que está ao redor.

Deixando de focar apenas nas críticas negativas, é de extrema importância ressaltar o que o Benjamim atribui de positivo ao cinema. Ele e a fotografia servem para recuperar experiências coletivas e antropológicas, quando considerados como eventos encenados. Nessa perspectiva, o cinema torna-se “indispensável para uma nova cultura épica”. (Pág. 235)