sábado, 31 de maio de 2014

Sobre Walter Benjamin, aura e publicidade

Camila de Nadai, Camila Macedo, Lucas Kato e Vinicius Sant Anna

O Autor

Walter Benjamin nasceu em Berlim, Alemanha, em 15 de julho de 1892. Estudou filosofia na Universidade de Freiburg e tornou-se doutor pela Universidade Bern. Benjamin era filho de comerciantes judeus, e por isto, foi perseguido pelo governo alemão, durante a ascensão  do nazismo.  Em 1935 fugiu para Paris, onde ficou exilado até 1940, quando a França foi invadida pelos alemães. Então, juntou-se a um grupo de foragidos que tentava ir à Espanha, mas acabaram sendo detidos na fronteira pela polícia espanhola. Com medo de ser entregue à polícia alemã, Benjamin suicidou-se. Porém no dia seguinte os espanhóis permitiram a entrada do grupo no país.
Benjamin possuía uma grande amizade com filósofos como Ernst Bloch e Adorno, este último que foi o responsável pela edição das obras póstumas de Benjamin, cujos escritos não alcançaram muita repercussão enquanto era vivo.
            Benjamin abordou em suas obras temas como arte e literatura, principalmente. Entre seus escritos destacam-se  "As afinidades eletivas de Goethe", "Sobre alguns temas em Baudelaire", "Teses sobre filosofia da história", "Paris, capital do século 19" e "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica".

Conceito de Aura

O conceito de aura de Walter Benjamin insere-se na obra de arte. Com o avanço da tecnologia, tornou-se possível reproduzir obras tecnicamente, ao invés de manualmente, cada vez de forma mais rápida e fiel ao original.
Porém, com esse processo, a obra de arte acaba perdendo sua “aura”, que está diretamente ligado ao objeto original. A aura é composta de três características principais: autenticidade, originalidade e inacessibilidade.
Apesar da possibilidade da reprodução técnica de certa forma democratizar o acesso aos produtos culturais, a obra perde seu “aqui e agora”, o que faz com que as cópias nunca sejam iguais ao original – a obra sempre é única uma vez que traz a carga do artista e a própria contemplação que existe mediante ao que é difícil de ter acesso.
Ao longo dos séculos, sempre existiram formas que possibilitaram a cópia. A princípio, ela era utilizada como a forma que os artistas encontravam para repassar seus conhecimentos e técnicas aos seus discípulos. Algumas técnicas como a xilogravura se destacam. Entretanto, o advento da fotografia mudou a percepção das pessoas, assim como as dinâmicas de reprodução.
No ensaio de Benjamin “A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica”, o autor foca na fotografia e no cinema, pois foram os meios que permitiram a reprodução automatizada das obras. Isso possibilitou a reprodutibilidade rápida, rompendo com o caráter manual das obras de arte (o original e as reproduções). Para Benjamin, por mais perfeita que fosse a cópia, jamais seria igual à obra de arte original. Ou seja, uma obra reproduzida não capta totalmente o “aqui e agora” de uma obra de arte, perdendo, assim, a sua aura.

Reprodução e Publicidade

Conhecemos a publicidade como uma atividade dedicada à difusão pública de ideias associadas a empresas, produtos ou serviços, especificamente, propaganda comercial. Pode-se traçar a história da publicidade desde a antiguidade. Foi, porém, após a Revolução Francesa, em 1789, que a publicidade iniciou a trajetória que a levaria até o seu estágio atual de importância e desenvolvimento. Conhecendo um pouco mais da História da Arte, percebemos que frequentemente há a utilização de esculturas ou pinturas como tentativa de emprestar autoridades às mensagens publicitárias.
Atualmente, é comum deparar-se com publicidades que fazem menção a variados componentes do âmbito das artes, recorrendo a diferentes obras presentes em marcos da história da arte. Os publicitários se baseiam em composições clássicas, capazes de afirmar e aumentar os benefícios de uma marca, sendo que esse é o principal objetivo da comunicação publicitária. Há sempre a necessidade, de buscar um embasamento em obras de conhecimento do público alvo, para que assim as imagens utilizadas já façam parte do seu repertório e facilitem a assimilação com o produto ou marca divulgada.
Temos imagens "apropriadas" de diferentes períodos da História da Arte com pequenas alterações e em outras vezes temos as "releituras", imagens com alterações mais significativas, ambas pertencendo a novos contextos. Existem diferentes formas de apropriação e utilização de uma arte em campanhas de publicidade. Ela pode ser incorporada ou imitada. Quando incorporada ainda pode ser total (com ou sem interferência) ou um fragmento (com ou sem interferência). As imitadas podem ser como referência a uma obra (total ou fragmentada) ou com referência a uma serie ou um movimento. 
Analisando exemplos da publicidade mundial, podem ser encontradas diversas formas de apropriação das imagens artísticas na comunicação publicitária:



                                                    Apropriação da obra “Nascimento do Homem” (Michelangelo)


                                   Apropriação da obra “David” de Michelangelo



Apropriação da obra  "Mando Vermelho" de Tarsila do Amaral


Apropriação da Obra "Abaporu" de Tarsila do Amaral



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