Bruno Cézar, Fernando Altoé, Ana Karolina e Nathan Fiorese
O termo kitsch é utilizado para designar o
mau gosto artístico e produções consideradas de qualidade inferior. Sua origem remonta ao vocabulário dos
artistas e colecionadores de arte em Munique, em torno de 1860 e 1870, para
designar objetos de arte, feitos de propósito para satisfazer a procura de uma
nova clientela endinheirada.
Negação do autêntico, cópia e
artificialidade são os significados frequentemente associados aos objetos e
produções kitsch, encontráveis tanto nas artes visuais, na literatura e na
música, quanto no design e na profusão de produtos que cercam o cotidiano,
realçando o seu caráter popular.
Theodor Adorno,
Hermann Broch e Clement Greenberg foram os teóricos que mais contribuíram para
disseminar o conceito do Kitsch, contrapondo-o às obras moderna e de vanguarda.
O estilo Kitsch dilacera todas as linhas que separam o belo do feio, o bom do
mau-gosto, e convence o indivíduo não iniciado nos meandros da arte que, ao
encontrar esta forma de expressão, ele se deparou com a mais elevada produção
cultural. Os elementos que o compõem são sempre teatrais, sensuais, emocionais
e excessivos.
De
um ponto de vista estético, kitsch é uma arte
eclética cujo princípio estrutural é mais acumulativo de que arquitetônico.
Kitsch favorece a abundância, o elemento decorativo, a não-funcionalidade e a
trivialidade. Produzido para ser vendido, kitsch adapta-se ao gosto do público,
estimulando uma emocionalidade cómoda, perto do sentimentalismo. Em termos de
recepção, kitsch é de assimilação fácil: gratifica as expectativas do
consumidor e assenta numa medianidade de gosto que as mídias e a publicidade
simultaneamente produzem e satisfazem.
A
arte pop retira o sentido pejorativo que cerca o kitsch. Se apresenta
como um dos movimentos que recusam a separação arte/vida, pela incorporação das
histórias em quadrinhos, da publicidade, das imagens televisivas e do cinema.
Ao aproximar arte e design comercial, os artistas superam, propositadamente, as
fronteiras entre arte erudita e arte popular, ou entre arte elevada e cultura
de massa, flertando sistematicamente com o kitsch.
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