Por Ana Luisa Moreira
Pôsteres são peças
artísticas e com função decorativa. A construção plástica dos cartazes sempre
foi fundamental para a divulgação dos filmes. Sua linguagem evoluiu juntamente
com as mudanças no estilo cinematográfico. Sua principal função é a divulgação
visual e publicidade, mas também vêm sendo uma peça de valor estético.
As diversas áreas
culturais demandam a produção dessas peças. Cinema, teatro, música, artes
plásticas, política, dança e o circo, correspondem as principais delas. Segundo
Paulo Moretto, os cartazes de cinema e teatro são os que possuem abordagens
menos literais do conteúdo divulgado, uma vez que o das
artes plásticas produzem imagens das obras de arte divulgadas naquela
exposição.
A primeira produção
artística e industrial foi um cartaz litográfico colorido, em 1858, feito pelo
parisiense Jules Chéret, precursor do pintor pós-impressionista Henri de
Toulouse-Lautrec, este assinou diversas obras de Jules. Contudo é no século XX,
os cartazes tiveram uma grande importância no design moderno. A passagem de
século foi caracterizada pelo movimento Art Nouveau, os pôsteres desta época
tinham maior liberdade estética e criativa. Desejam unir arte com a sociedade.
Em 1920, os vários
movimentos artísticos, principalmente o futurismo, dadaísmo, cubismo, entre
outros, influenciaram o design destes cartazes.
Na Segunda Guerra eles
começaram a serem usados como objetos publicitários de guerra, com mensagens
diretas. A Rússia foi à precursora, seus
projetos eram caracterizados pelo envolvimento com propagandas do governo
soviético e com as vanguardas artísticas da época.
A década de 60 se
caracterizou pela venda dessas peças como obras de arte. Grandes artistas
começaram a produzir cartazes encomendados por galerias e museus.
Dos movimentos da
vanguarda europeia à desconstrução pós-modernista, os pôsteres sobreviveram a
uma constante renovação, se adaptando as novas mídias e formas de diagramar. E
a importância deste objeto cresceu ainda mais para o cinema moderno, onde
inovação e criatividade tornam-se cada vez mais necessários para atrair os
olhares da sociedade.
Veja
a mudança estética dos cartazes cinematográficos:
Década de 20:
Sua arte era compreendida por tipografias tradicionais e ilustrações manuais.
Sua produção artística reproduzia-se relacionada com a fotografia do filme.
Década de 30: Nota-se uma mudança mais ousada nos projetos gráficos. O enfoque das ilustrações era, principalmente, nos rostos dos protagonistas dos filmes.
Década de 40: podemos notar uma sutileza estética com tratamento tipográfico mais sutil.
Década de 50: Vemos, agora, a aproximação dos pôsteres com uma linguagem mais conceitual. Não é necessária a presença dos personagens, enfatizando a composição textual.
Década de 60: Os cartazes adotam uma postura mais periférica, e ainda existe o uso das ilustrações.
Década de 70: As fotografias ganham destaques.
Década de 80: Início da diagramação de pôsteres como nós conhecemos hoje. Imagens equilibradas, fundos fotográficos.
Década de 90: São basicamente da mesma forma, fundos fotográficos, slogans na parte superior, nomes dos atores sobre o nome do filme.
Década de 2000: Apesar de o layout permanecer o mesmo, vemos a tendência da arte minimalista em várias peças, um projeto gráfico mais equilibrado e limpo.
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