segunda-feira, 14 de julho de 2014

Kitsch

Bruno Cézar, Fernando Altoé, Ana Karolina e Nathan Fiorese

O termo kitsch é utilizado para designar o mau gosto artístico e produções consideradas de qualidade inferior.  Sua origem remonta ao vocabulário dos artistas e colecionadores de arte em Munique, em torno de 1860 e 1870, para designar objetos de arte, feitos de propósito para satisfazer a procura de uma nova clientela endinheirada.
Negação do autêntico, cópia e artificialidade são os significados frequentemente associados aos objetos e produções kitsch, encontráveis tanto nas artes visuais, na literatura e na música, quanto no design e na profusão de produtos que cercam o cotidiano, realçando o seu caráter popular.


Theodor Adorno, Hermann Broch e Clement Greenberg foram os teóricos que mais contribuíram para disseminar o conceito do Kitsch, contrapondo-o às obras moderna e de vanguarda. O estilo Kitsch dilacera todas as linhas que separam o belo do feio, o bom do mau-gosto, e convence o indivíduo não iniciado nos meandros da arte que, ao encontrar esta forma de expressão, ele se deparou com a mais elevada produção cultural. Os elementos que o compõem são sempre teatrais, sensuais, emocionais e excessivos.


De um ponto de vista estético, kitsch é uma arte eclética cujo princípio estrutural é mais acumulativo de que arquitetônico. Kitsch favorece a abundância, o elemento decorativo, a não-funcionalidade e a trivialidade. Produzido para ser vendido, kitsch adapta-se ao gosto do público, estimulando uma emocionalidade cómoda, perto do sentimentalismo. Em termos de recepção, kitsch é de assimilação fácil: gratifica as expectativas do consumidor e assenta numa medianidade de gosto que as mídias e a publicidade simultaneamente produzem e satisfazem.
A arte pop retira o sentido pejorativo que cerca o kitsch. Se apresenta como um dos movimentos que recusam a separação arte/vida, pela incorporação das histórias em quadrinhos, da publicidade, das imagens televisivas e do cinema. Ao aproximar arte e design comercial, os artistas superam, propositadamente, as fronteiras entre arte erudita e arte popular, ou entre arte elevada e cultura de massa, flertando sistematicamente com o kitsch.







Fauvismo, Art Noveau e Metafísica

Bruna Guimarães, Júlia Moreira, Juliana Souza, Rita de Cássia Lellis 

Diante das correntes artísticas apresentadas, a nossa escolha por três delas foi baseada na curiosidade. Observando os nomes selecionamos aqueles que nos pareciam mais estranhos, para conhecer melhor os movimentos dos quais acreditávamos saber menos ou quase nada.
O primeiro deles foi o Fauvismo. O Fauvismo é uma corrente artística do início do século XX, tem como uma das características a máxima expressão pictórica, onde as cores são utilizadas com intensidade, a simplificação das formas e o estudo das cores. Os seus temas eram leves, e não tinham intenção crítica, revelando apenas emoções e alegria de viver. As cores eram utilizadas puras, para delimitar planos, criar a perspectiva e modelar o volume.
O nome da corrente deve-se a Louis Vauxcelles. Esse chamou alguns artistas de “Les Fauves” (que significa “feras” em português) em uma exposição em 1905, pois havia ali a estátua convencional de um menino rodeada de pinturas nesse novo estilo. Os princípios desse movimento foram: Criar, em arte, não possui relação com o intelecto ou sentimentos; Criar é considerar os impulsos do instinto e das sensações primárias; e a exaltação da cor pura. Seus principais artistas foram Henri Matisse, Maurice de Vlaminck, André Derain e Othon Friesz.


Legenda: A música - Matisse, 1939

A segunda corrente escolhida foi a Art Noveau. A art nouveau é um estilo artístico que interessa mais para as artes aplicadas (como a arquitetura, o design e as artes decorativas, por exemplo). Surgiu logo após um período de industrialização na Europa, em que as pessoas buscavam trazer de volta a “humanidade e a natureza” – e também, aumentar o luxo de alguns ambientes, na belle époque europeia. Como as técnicas para manipular materiais como o ferro e o vidro estavam mais avançadas, era possível criar as linhas sinuosas e formas orgânicas necessárias para reproduzir formas da natureza na arquitetura e em objetos cotidianos.
Independentemente de sua aplicação – na elaboração de uma janela para uma casa, ou de uma gravura para um anúncio – a art nouveau sempre apresenta algumas características: linhas sinuosas; formas orgânicas; presença de elementos naturais, sobretudo folhas, flores, libélulas, pássaros, crustáceos e peixes; subjetividade e simbolismo, com obras remetendo para o mundo dos sonhos, e, muitas vezes, do erotismo. O art nouveau é um estilo eminentemente internacional, com denominações variadas nos diferentes países.
            Alguns de seus artistas importantes foram Victor Horta - projetista e arquiteto belga, Ferdinand Hodler (pintor suíço), Emile Gallé (designer e artesão francês), Alfons Maria Mucha (designer e ilustrador checo), August Endell (arquiteto alemão), Jan Toorop (pintor holandês), Hector Guimard (arquiteto e desenhista industrial francês), Antoni Gaudí (arquiteto espanhol), Henry van de Velde (projetista, designer e arquiteto belga), Gustav Klimt (pintor austríaco), Joseph Olbrich (arquiteto austríaco), Les Vingt (pintor belga), Emilie Flöge (designer austríaca).


Legenda: Retrato de Adele Bloch-Bauer I - Gustav Klimt, 1905

            A Metafísica foi a última corrente escolhida. Enquanto pintura, a arte metafisica tem inspiração na ciência Metafísica, que estuda tudo que se manifesta de maneira sobrenatural. Surgida no século XX, a pintura metafísica explora os efeitos de luzes misteriosas, sombras sedutoras e cores ricas e profundas, de plástica despojada e escultural. A pintura deve criar um impressão de mistério, através de associações pouco comuns de objetos totalmente imprevistos, em arcadas e arquiteturas puras, idealizadas, muitas vezes com a inclusão de estátuas, manequins, frutas, legumes, numa transfiguração toda especial, em curiosas perspectivas divergentes.
            Apesar das diferenças da produção artística de cada um dos pintores deste movimento, é possível identificar algumas características comuns, como a fixação em representações figurativas com referências à arte clássica; a recusa da expressão do movimento; o afastamento relativamente à estética industrial ou ligada à máquina; a procura de objetos do quotidiano e de espaços urbanos para criar um universo misterioso.
            Giorgio De Chirico foi a figura mais emblemática e o líder deste movimento, segundo ele, para que fosse verdadeiramente imortal, uma obra de arte teria que abandonar por completo os limites do humano. A Pintura Metafísica de De Chirico tem origem quando se extrai uma obra do ponto mais profundo de seu ser, indo até onde tudo o que existe é silêncio e onde toda a presença se dá pela ausência.
Para o artista elementos clássicos da pintura italiana (como o espaço em perspectiva e as arquiteturas urbanas, somados à evocação de lugares, especialmente Ferrara, com suas amplas perspectivas, brancas e desertas) levariam-o a um mergulho em sua alma que, por sua vez, o conduziria inevitavelmente a uma arte metafísica. Nessa busca por algo que está além do que se vê e que antecipa a própria paisagem juntaram-se outros artistas de destaque como Giorgio Morandi, Atanásio Soldati, Carlo Carrà, entre outros.


                                              Legenda: Giorgio De Chirico - A comédia e a tragédia, 1926

terça-feira, 8 de julho de 2014

Estética nos pôsteres cinematográficos


Por Ana Luisa Moreira 

      Pôsteres são peças artísticas e com função decorativa. A construção plástica dos cartazes sempre foi fundamental para a divulgação dos filmes. Sua linguagem evoluiu juntamente com as mudanças no estilo cinematográfico. Sua principal função é a divulgação visual e publicidade, mas também vêm sendo uma peça de valor estético.
      As diversas áreas culturais demandam a produção dessas peças. Cinema, teatro, música, artes plásticas, política, dança e o circo, correspondem as principais delas. Segundo Paulo Moretto, os cartazes de cinema e teatro são os que possuem abordagens menos literais do conteúdo divulgado, uma vez que o das artes plásticas produzem imagens das obras de arte divulgadas naquela exposição.
      A primeira produção artística e industrial foi um cartaz litográfico colorido, em 1858, feito pelo parisiense Jules Chéret, precursor do pintor pós-impressionista Henri de Toulouse-Lautrec, este assinou diversas obras de Jules. Contudo é no século XX, os cartazes tiveram uma grande importância no design moderno. A passagem de século foi caracterizada pelo movimento Art Nouveau, os pôsteres desta época tinham maior liberdade estética e criativa. Desejam unir arte com a sociedade.
      Em 1920, os vários movimentos artísticos, principalmente o futurismo, dadaísmo, cubismo, entre outros, influenciaram o design destes cartazes.
   Na Segunda Guerra eles começaram a serem usados como objetos publicitários de guerra, com mensagens diretas.  A Rússia foi à precursora, seus projetos eram caracterizados pelo envolvimento com propagandas do governo soviético e com as vanguardas artísticas da época.
   A década de 60 se caracterizou pela venda dessas peças como obras de arte. Grandes artistas começaram a produzir cartazes encomendados por galerias e museus.
     Dos movimentos da vanguarda europeia à desconstrução pós-modernista, os pôsteres sobreviveram a uma constante renovação, se adaptando as novas mídias e formas de diagramar. E a importância deste objeto cresceu ainda mais para o cinema moderno, onde inovação e criatividade tornam-se cada vez mais necessários para atrair os olhares da sociedade.

Veja a mudança estética dos cartazes cinematográficos:

 Década de 20: Sua arte era compreendida por tipografias tradicionais e ilustrações manuais. Sua produção artística reproduzia-se relacionada com a fotografia do filme.


Década de 30: Nota-se uma mudança mais ousada nos projetos gráficos. O enfoque das ilustrações era, principalmente, nos rostos dos protagonistas dos filmes.


Década de 40: podemos notar uma sutileza estética com tratamento tipográfico mais sutil.


Década de 50: Vemos, agora, a aproximação dos pôsteres com uma linguagem mais conceitual. Não é necessária a presença dos personagens, enfatizando a composição textual.


Década de 60: Os cartazes adotam uma postura mais periférica, e ainda existe o uso das ilustrações.



Década de 70: As fotografias ganham destaques.


Década de 80: Início da diagramação de pôsteres como nós conhecemos hoje. Imagens equilibradas, fundos fotográficos.


Década de 90: São basicamente da mesma forma, fundos fotográficos, slogans na parte superior, nomes dos atores sobre o nome do filme.



Década de 2000: Apesar de o layout permanecer o mesmo, vemos a tendência da arte minimalista em várias peças, um projeto gráfico mais equilibrado e limpo.



















segunda-feira, 7 de julho de 2014

Instagram, a nova maneira de ver e fazer arte

Ana Luisa Moreira

“Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não têm como presenciar o que acontece. Espero que a pessoa que entrar numa exposição minha não saia a mesma.” 

Sebastião Salgado

Arte pode ser considerada uma maneira de se expressar, de transmitir sentimentos, de experimentar, de inovar. As definições e discussões, sobre o que este tema, são diversas e divergentes para cada um.
Novos meios de comunicação foram criados, proporcionando assim, um novo meio de interação entre pessoas e obras. Com o surgimento da Internet vieram as redes sociais, e hoje são febre no mundo inteiro, especialmente, devido a facilidade de obtê-la no celular.
O Instagram, é uma destas formas de interagir, nele se compartilham fotos e vídeos. Criado em 2010 por Kevin Systrom e Mike Krieger, se disseminou em 2012 quando se integrou ao Facebook. Virou mania, e quem souber aproveitar sua interatividade com criatividade faz sucesso por todo o mundo.
Essa ferramenta foi criada para que os usuários postassem fotos instantâneas. Há quem o utilize para postar fotografias pessoais, mas aqueles que chamam atenção são os inovadores, ou que fazem da ferramenta um portal de divulgação de sua criatividade. Ou seja, para os amantes da fotografia seu feed pode ser movimentado por projetos artísticos.
Essa ferramenta desperta paixões e curiosidades pela arte de fotografar. Os mais populares desta ferramenta são aqueles que despertam o interesse do outro olhar. Com fotos criativas e inovadoras, na época da reprodutibilidade técnica ser diferente é necessário. A globalização permitiu que novas tecnologias fossem criadas e difundidas pelo mundo, desta forma, artistas interagem com seu público, e apaixonados por arte podem ter um contato maior com as obras.

Abaixo, conheça alguns artistas que encontraram neste aplicativo a possibilidade de criar, ou de divulgar suas obras.
A artista Ahlam Alnajdi, possui mais de um milhão de seguidores publicando fotos de comidas feitas em argila. Ela dedica seu tempo a uma paixão por esculpir pequenas obras que enganam os olhos. Ela utiliza a fotografia e a plataforma para sustentar seu trabalho.



Tomaz Viana é conhecido pelo cenário de arte contemporânea do Rio de Janeiro, por ser grafiteiro e artista plástico. Utiliza o instagram para misturar arte e seu dia-a-dia.


Ricardo do Cavolo mora em Madrid, é ilustrador, pintor e artista plástico. Seus trabalhos coloridos e cheios de informação não tira a harmonia e expressão de sua arte. Utiliza a ferramenta para divulgar sua arte.




Red Hong Yi é uma arquiteta Malasiana radicada na China e com formação em universidades da Austrália e da Europa. Ela mistura em seus quadros tinta e comida. E tornou-se conhecida por publicar seus trabalhos no Instagram.


O Russo Murad Osman é um fotógrafo e produtor de vídeos que conhece o mundo, sempre de mãos dadas com a namorada, a modelo Nataly Zakrarova. Decidiu usar a ferramenta para publicar suas viagens, de forma criativa. E além de tudo o artista escolhe cores, dos filtros que a ferramenta disponibiliza, que combinem perfeitamente com o cenário.



Este aplicativo surgiu com a proposta de integrar arte e realidade. Tornou-se um berço da liberdade fotográfica. Contudo, como vimos, vai muito além de fotos de comidas ou baladas. Representa também o olhar das pessoas sobre sua vida ou a vida dos que a rodeiam. É uma rede para artistas exibirem, criarem, manifestarem, suas obras para o mundo.

Grupo: Ana Claudia Richardelli, Pedro Cursi, Bruna Santos, Lidiany Duarte