Do mundo dos quadrinhos para o
das telonas, os super-heróis ganharam o cinema de tal maneira que várias
versões de suas histórias, além de releitura, atualizações dos contextos destes personagens são feitas constantemente, em megaproduções, resultando em imensas
bilheterias.
Segundo estudiosos da área, a identificação do público com os heróis cinematográficos, em sua maioria, é feita através da existência da identidade
secreta. Ou seja, um super poder escondido na vida de um cidadão comum. Há
exceções, como o Thor, por exemplo, que não vive na Terra, então não possui essa
dupla identidade e não tem esta preocupação em manter uma vida comum entre os simples humanos. Dentro da carreira jornalística existem dois representantes
poderosos: Clark Kent e Peter Parker,
incrivelmente conhecidos por Super-Homem (Superman) e Homem Aranha (Spiderman).
Estes dois rapazes viram na profissão uma possibilidade de estar próximos dos
acontecimentos, no caso do Clark, e de um emprego de fato, como Peter.
Segundo Maria Inês Magno e Rogério Ferraraz, pesquisadores da área midiática
analisando representação cinematográfica na sociedade, “os dois trabalham em um
jornal, entendido como local, por excelência, da informação. O Super-Homem adota
profissão de repórter porque precisa estar perto dos fatos, e o jornal é sua
fonte de informação. Peter Parker trabalha como fotógrafo para um jornal.”
Mas por que
jornalistas? “Tanto o Super-Homem como o Homem-Aranha nasceram em momentos
históricos de crise e reflexões, momentos que os historiadores chamam de salto
qualitativo no movimento da história e da cultura, não necessariamente
melhores, mas qualitativamente diferentes”, destacam os autores. Logo, o
momento histórico também refletiu nas histórias em quadrinhos, tentando fazer,
mais uma vez, a aproximação com o público, além da dupla identidade humana. A
presença de um super-herói dentro de uma redação preocupado com o fatos e
sempre atento à cidade faz com que o público crie laços até afetivos com estes
personagens, além de suas histórias pessoais. São super-heróis diferentes na
forma como adquiriam seus poderes que se assemelham nesta tão digna profissão.
“Homem-Aranha é, na verdade, Peter Parker, um humano que adquire, por mutação
genética, superpoderes, mas que luta para não perder sua humanidade: o seu
disfarce é o do super-herói; já o Super-Homem é, na verdade, um alienígena que,
na atmosfera terrestre, adquire superpoderes, mas que luta para ganhar a
dimensão humana: o seu disfarce é o de Clark Kent, o humano”, explicam Magno e
Ferraraz.
O apelo
jornalístico de suas profissões vai além de estarem próximos das notícias e dos
acontecimentos, seja de Metrópolis seja de Nova York, cidades de Clark e Peter,
respectivamente. O que ninguém sabe, nem mesmo os pesquisadores da área, é que
a verdadeira razão para que tais heróis sejam em sua faceta de cidadão comum
jornalistas é que estes profissionais são heróis do dia-a-dia e precisam de
superpoderes para sobreviver na profissão!
Texto: Paula Fernandes, Thalita Fernandes e Patrícia Meireles
Texto: Paula Fernandes, Thalita Fernandes e Patrícia Meireles
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