quinta-feira, 27 de junho de 2013

Super-heróis bem informados ou jornalistas poderosos?

Do mundo dos quadrinhos para o das telonas, os super-heróis ganharam o cinema de tal maneira que várias versões de suas histórias, além de releitura, atualizações dos contextos destes personagens são feitas constantemente, em megaproduções, resultando em imensas bilheterias. 




Segundo estudiosos da área, a identificação do público com os heróis cinematográficos, em sua maioria, é feita através da existência da identidade secreta. Ou seja, um super poder escondido na vida de um cidadão comum. Há exceções, como o Thor, por exemplo, que não vive na Terra, então não possui essa dupla identidade e não tem esta preocupação em manter uma vida comum entre os simples humanos. Dentro da carreira jornalística existem dois representantes poderosos: Clark Kent e Peter Parker, incrivelmente conhecidos por Super-Homem (Superman) e Homem Aranha (Spiderman). Estes dois rapazes viram na profissão uma possibilidade de estar próximos dos acontecimentos, no caso do Clark, e de um emprego de fato, como Peter. Segundo Maria Inês Magno e Rogério Ferraraz, pesquisadores da área midiática analisando representação cinematográfica na sociedade, “os dois trabalham em um jornal, entendido como local, por excelência, da informação. O Super-Homem adota profissão de repórter porque precisa estar perto dos fatos, e o jornal é sua fonte de informação. Peter Parker trabalha como fotógrafo para um jornal.”


Mas por que jornalistas? “Tanto o Super-Homem como o Homem-Aranha nasceram em momentos históricos de crise e reflexões, momentos que os historiadores chamam de salto qualitativo no movimento da história e da cultura, não necessariamente melhores, mas qualitativamente diferentes”, destacam os autores. Logo, o momento histórico também refletiu nas histórias em quadrinhos, tentando fazer, mais uma vez, a aproximação com o público, além da dupla identidade humana. A presença de um super-herói dentro de uma redação preocupado com o fatos e sempre atento à cidade faz com que o público crie laços até afetivos com estes personagens, além de suas histórias pessoais. São super-heróis diferentes na forma como adquiriam seus poderes que se assemelham nesta tão digna profissão. “Homem-Aranha é, na verdade, Peter Parker, um humano que adquire, por mutação genética, superpoderes, mas que luta para não perder sua humanidade: o seu disfarce é o do super-herói; já o Super-Homem é, na verdade, um alienígena que, na atmosfera terrestre, adquire superpoderes, mas que luta para ganhar a dimensão humana: o seu disfarce é o de Clark Kent, o humano”, explicam Magno e Ferraraz.



O apelo jornalístico de suas profissões vai além de estarem próximos das notícias e dos acontecimentos, seja de Metrópolis seja de Nova York, cidades de Clark e Peter, respectivamente. O que ninguém sabe, nem mesmo os pesquisadores da área, é que a verdadeira razão para que tais heróis sejam em sua faceta de cidadão comum jornalistas é que estes profissionais são heróis do dia-a-dia e precisam de superpoderes para sobreviver na profissão!

Texto: Paula Fernandes, Thalita Fernandes e Patrícia Meireles 


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