Camila
de Nadai, Camila Macedo, Lucas Kato e Vinicius Sant Anna
O Autor
Walter
Benjamin nasceu em Berlim, Alemanha, em 15 de julho de 1892. Estudou filosofia
na Universidade de Freiburg e tornou-se doutor pela Universidade Bern. Benjamin
era filho de comerciantes judeus, e por isto, foi perseguido pelo governo
alemão, durante a ascensão do
nazismo. Em 1935 fugiu para Paris, onde
ficou exilado até 1940, quando a França foi invadida pelos alemães. Então,
juntou-se a um grupo de foragidos que tentava ir à Espanha, mas acabaram sendo
detidos na fronteira pela polícia espanhola. Com medo de ser entregue à polícia
alemã, Benjamin suicidou-se. Porém no dia seguinte os espanhóis permitiram a
entrada do grupo no país.
Benjamin
possuía uma grande amizade com filósofos como Ernst Bloch e Adorno, este último
que foi o responsável pela edição das obras póstumas de Benjamin, cujos
escritos não alcançaram muita repercussão enquanto era vivo.
Benjamin abordou em suas obras
temas como arte e literatura, principalmente. Entre seus escritos destacam-se "As afinidades eletivas de Goethe", "Sobre alguns
temas em Baudelaire", "Teses sobre filosofia da história",
"Paris, capital do século 19" e "A obra de arte na era de sua
reprodutibilidade técnica".
Conceito de Aura
O
conceito de aura de Walter Benjamin insere-se na obra de arte. Com o avanço da
tecnologia, tornou-se possível reproduzir obras tecnicamente, ao invés de
manualmente, cada vez de forma mais rápida e fiel ao original.
Porém,
com esse processo, a obra de arte acaba perdendo sua “aura”, que está
diretamente ligado ao objeto original. A aura é composta
de três características principais: autenticidade, originalidade e
inacessibilidade.
Apesar
da possibilidade da reprodução técnica de certa forma democratizar o acesso aos
produtos culturais, a obra perde seu “aqui e agora”, o que faz com que as
cópias nunca sejam iguais ao original – a obra sempre é única uma vez que traz
a carga do artista e a própria contemplação que existe mediante ao que é
difícil de ter acesso.
Ao
longo dos séculos, sempre existiram formas que possibilitaram a cópia. A
princípio, ela era utilizada como a forma que os artistas encontravam para
repassar seus conhecimentos e técnicas aos seus discípulos. Algumas técnicas
como a xilogravura se destacam. Entretanto, o advento da fotografia mudou a
percepção das pessoas, assim como as dinâmicas de reprodução.
No
ensaio de Benjamin “A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica”, o autor foca na fotografia e no cinema, pois foram os meios que
permitiram a reprodução automatizada das obras. Isso possibilitou a
reprodutibilidade rápida, rompendo com o caráter manual das obras de arte (o
original e as reproduções). Para Benjamin, por mais perfeita que fosse a cópia,
jamais seria igual à obra de arte original. Ou seja, uma obra reproduzida não
capta totalmente o “aqui e agora” de uma obra de arte, perdendo, assim, a sua
aura.
Reprodução
e Publicidade
Conhecemos
a publicidade como uma atividade dedicada à difusão pública de ideias
associadas a empresas, produtos ou serviços, especificamente, propaganda
comercial. Pode-se traçar a história da publicidade desde a antiguidade. Foi,
porém, após a Revolução Francesa, em 1789, que a publicidade iniciou a
trajetória que a levaria até o seu estágio atual de importância e
desenvolvimento. Conhecendo um pouco mais da História da Arte, percebemos que
frequentemente há a utilização de esculturas ou pinturas como tentativa de
emprestar autoridades às mensagens publicitárias.
Atualmente,
é comum deparar-se com publicidades que fazem menção a variados componentes do
âmbito das artes, recorrendo a diferentes obras presentes em marcos da história
da arte. Os publicitários se baseiam em composições clássicas, capazes de
afirmar e aumentar os benefícios de uma marca, sendo que esse é o principal
objetivo da comunicação publicitária. Há sempre a necessidade, de buscar um
embasamento em obras de conhecimento do público alvo, para que assim as imagens
utilizadas já façam parte do seu repertório e facilitem a assimilação com o
produto ou marca divulgada.
Temos
imagens "apropriadas" de diferentes períodos da História da Arte
com pequenas alterações e em outras vezes temos as "releituras",
imagens com alterações mais significativas, ambas pertencendo a novos contextos.
Existem diferentes formas de apropriação e utilização de uma arte em campanhas
de publicidade. Ela pode ser incorporada ou imitada. Quando incorporada ainda
pode ser total (com ou sem interferência) ou um fragmento (com ou sem
interferência). As imitadas podem ser como referência a uma obra (total ou
fragmentada) ou com referência a uma serie ou um movimento.
Analisando
exemplos da publicidade mundial, podem ser encontradas diversas formas de
apropriação das imagens artísticas na comunicação publicitária:
Apropriação da obra
“David” de Michelangelo
Apropriação da obra "Mando Vermelho" de Tarsila do Amaral
Apropriação da Obra "Abaporu" de Tarsila do Amaral